Há cerca de dois anos, comunidades cristãs dos vilarejos de Badabanga
e Bandabaju, montanhas de Kandhamal, no estado de Orissa, na Índia,
estavam desabrigadas desde que extremistas hindus irromperam em
violência em agosto de 2008, matando 120 cristãos, destruindo centenas
de igrejas e derrubando 6 mil casas na região. Cerca de 52 mil cristãos
ficaram desalojados em Orissa.
Expulsos de seus vilarejos, os cristãos sobreviventes foram avisados
que somente teriam permissão para voltar se renunciassem sua fé em
Cristo. Decididos a não abandonar sua fá, esses cristãos sem terra não
tiveram nenhuma fonte de renda. Os negociantes hindus não os empregavam
mais como diaristas para cortar pedras. As mulheres foram banidas das
florestas, onde sempre tinham estado, juntando folhas para fazer pratos
de folhas e vendê-los. Pais temerosos não ousavam mais enviar seus
filhos para a escola, onde eram firmemente discriminados pelos colegas
hindus.
“Eles precisavam ser capacitados, não alimentados, de forma a
recuperar sua dignidade e sua vida”, explicou um obreiro de campo da
Portas Abertas, sobre o trabalho que foi iniciado na região. A entidade
começou há dois anos, um trabalho de estudo bíblico e uma série de
atividades voltadas para o desenvolvimento urgente e necessário da
comunidade local, onde a maioria dos adultos não sabia sequer ler e
escrever.
Com o tempo, o trabalho foi estendido também entre as crianças
hindus, que chegaram a superar as cristãs em números entre os que se
juntavam para ouvir histórias do Evangelho e mensagens cristãs em um
ambiente positivo.
Hoje, os cristãos da região falam sobre a mudança de vida causada
pelo trabalho missionário do local e mostram suas esperanças em ter uma
vida ainda melhor.
Balma Digal, uma viúva com três filhos e uma sogra de 70 anos para
cuidar, conta hoje sobre os resultados dos trabalhos do Portas abertas
no local: “Estava além de minha imaginação que eu pudesse ter uma bela
casa para minha família”.
Através de várias iniciativas de Portas Abertas, Balma aprendeu a ler
e a escrever, seus filhos entraram na escola-ponte para continuar seus
estudos e, agora, tem sua própria casa.
“Eu creio que um dia, nosso vilarejo será definitivamente um modelo
para os outros!”, disse Sunil Nayak, de Bandabaju. Após perder tudo e
lutar para sobreviver, ele e sua família tinham vivido sob uma cobertura
de plástico. “Durante o verão, sentíamos o calor escaldante nos fazendo
derreter. Na estação das chuvas, a água jorrava para dentro e, algumas
vezes, o vento levava nosso abrigo para longe. No inverno, nós tremíamos
enquanto dormíamos no chão. Mas agora minha família pode permanecer
junta e ser protegida do calor, da chuva e do frio. É difícil acreditar
que tenho minha própria casa! Agradeço a Deus por enviar a Portas
Abertas para o meu vilarejo”.
Fonte: Gospel+
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